O entrevistado do mês de agosto é Bruno Seixas (contato), que possui Licenciatura em português-inglês e Bacharelado em tradução pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. A entrevista aborda a relação entre jogar videogame e aprender uma língua estrangeira. Afinal, quem nunca aprendeu alguma palavra em inglês jogando videogame?
Apaixonado por videogames, Bruno foi professor de inglês por seis anos e já apresentou projetos nessa temática no Congresso Brasileiro de Recursos Digitais na Educação e no YLTS. Atualmente, trabalha como redator/tradutor no portal GameBlast, página com conteúdo inteiramente dedicado aos jogos de videogame.
Nesta entrevista, Bruno fala sobre como o videogame pode ajudar na aquisição da língua inglesa, sobre como utilizar esse recurso em sala de aula e, ainda, opina sobre a polêmica dos jogos violentos. Boa leitura!
Apaixonado por videogames, Bruno foi professor de inglês por seis anos e já apresentou projetos nessa temática no Congresso Brasileiro de Recursos Digitais na Educação e no YLTS. Atualmente, trabalha como redator/tradutor no portal GameBlast, página com conteúdo inteiramente dedicado aos jogos de videogame.
Nesta entrevista, Bruno fala sobre como o videogame pode ajudar na aquisição da língua inglesa, sobre como utilizar esse recurso em sala de aula e, ainda, opina sobre a polêmica dos jogos violentos. Boa leitura!
EiB: Como você acredita que o uso de videogames possa auxiliar na aquisição de uma língua estrangeira (LE)?
BS: Primeiramente, os videogames já fazem parte da vida da grande maioria dos nosso alunos. Através dos games os alunos têm um contato constante com a LE, já que a grande maioria se encontra em inglês, embora muitos também tenham a opção de multilinguagem, conhecido como multi-5 (inglês, espanhol, francês, italiano, alemão). Nós, professores, estamos sempre buscando materiais autênticos para serem usados na sala de aula, aqueles que não foram feitos para fins educativos mas que funcionam para tal. O videogame na sala de aula pode funcionar tanto como uma ferramenta motivacional quanto de interação social. Até aquele aluno que não tem contato com esse tipo de entretenimento acaba se envolvendo ativamente.
EiB: Conte-nos sobre como o videogame lhe ajudou no aprendizado do inglês.
BS: Existem duas formas que o videogame me ajudou no aprendizado da língua inglesa, e acredito que possam ajudar outras pessoas também. Primeiro, nós queremos, e muitas vezes precisamos, entender o que está acontecendo. Os jogos estão cada vez mais complexos e é importante entender o que está sendo dito ou escrito para conseguir alcançar os objetivos. Isso acaba gerando um interesse maior na língua, e aumenta o nível de compreensão, podendo haver momentos em que até chegamos a procurar significado de algo no dicionário ou na internet. Isso gera um aprendizado significativo, pois percebemos a utilização da LE com um objetivo, mesmo que seja algo virtual. Além disso, o videogame é muito útil no processo de aprendizagem cognitiva. Acaba-se aprendendo muito vocabulário graças à relação da palavra com a imagem, por exemplo, em um jogo de RPG, o jogador abre seus itens e vê a imagem de uma faca e ao lado a palavra “knife” ou um arco e a palavra “bow”. Começamos a aprender coisas “sozinhos” e acabamos usando futuramente esse conhecimento.
EiB: Você conhece algum jogo voltado para o aprendizado de LE?
BS: Existem diversos jogos educativos para LE. Porém, muitos alunos acabam se desmotivando quando percebem que tal atividade é “lição”. O mesmo acontece com videogames, quando o aluno vê que é um jogo educativo, quebra-se um pouco o encanto. Portanto, o interessante é tentar introduzir games “populares”, que todos jogam, e então torná-los uma ferramenta educacional.
Há vários jogos que podem ser usados para preparar uma aula bem diferente, como The Sims, Rock Band ou Guitar Hero, Scribblenauts, Cooking Mama, etc. Não podemos esquecer que os games atualmente abrangem novas plataformas, como os tablets e smartphones, e as redes sociais também, dando mais possibilidades ao professor.
EiB: É possível incorporar jogos de videogame em sala de aula como recurso para a aquisição de LE?
BS: É possível sim! Mais fácil ainda se houver apoio da escola. Basta uma TV, um videogame ou um computador. Projetores e lousas digitais ajudam tudo a ficar mais interessante, é claro. Se não for possível, com certeza alguém poderá trazer um videogame. Aposto que os alunos adorariam ajudar! Seria um “material” que eles não esqueceriam de trazer! Mas aí, alguém deve estar pensando: “Mas eu não entendo muito de games. E agora?” Bom, eu não entendia nada da série “Friends” e descobri como ela é útil para o ensino de LE. Como? Pedindo um “help”. Com certeza há algum colega de trabalho, amigo ou familiar que gosta do assunto e pode te ajudar. Senão, nada melhor que pedir ajuda aos próprios alunos. Eles nos mantém por dentro das novidades, além do mais irão adorar poder ensinar algo para o teacher e fazer parte da preparação de uma aula.
EiB: O que você acha da polêmica sobre os jogos violentos?
BS: Existem sim jogos violentos, tanto quanto existem filmes, programas de TV e até livros violentos. Por que não levar essa discussão para a sala de aula? Além de professores, somo educadores, e devemos trabalhar os mais diversos temas na sala de aula. Por exemplo, que tal usar o polêmico GTA (Grand Theft Auto) para falar sobre “Crime and punishment”, discutindo quais seriam as consequências reais do que acontece no game. Na minha opinião, a violência é parte do mundo em que vivemos e o mais perigoso sobre isso é a falta de discussão sobre o assunto, principalmente com os mais jovens.
EiB: Alguma mensagem para os professores que gostariam de usar o videogame na sala de aula?
BS: Para mim, a maior parte dos professores são as pessoas mais criativas do mundo. Nessa profissão, eles conseguem tirar leite de pedra para fazer uma atividade interessante para seus alunos. Portanto, assim como usamos música, filmes e s
éries para preparar uma aula, vamos pensar como um game poderia dar uma atividade. Podemos usá-los atividades de vocabulary, listening, speaking, group discussions, competitions, e até warm-up — que eu desaconselharia, pois quando eles começam a jogar é difícil parar — ou seja, qualquer coisa que a criatividade mandar.
éries para preparar uma aula, vamos pensar como um game poderia dar uma atividade. Podemos usá-los atividades de vocabulary, listening, speaking, group discussions, competitions, e até warm-up — que eu desaconselharia, pois quando eles começam a jogar é difícil parar — ou seja, qualquer coisa que a criatividade mandar.
Para quem gostaria de se inteirar mais no mundo dos games, estou trabalhando para o Gameblast, um portal com todo tipo de informação e notícias sobre esse universo. Com certeza lá você ficará sabendo de todas as novidades no assunto. E quem sabe isso não acabe se tornado um novo hobby também?
EiB: Muito obrigada pela participação!